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História de Jigoro Kano


  • JIGORO KANO

(em japonês 嘉納治五郎, Kanō Jigorō) (Mikage28 de outubro de 1860 — 4 de maio de 1938) foi o fundador da arte marcialjudô e responsável pela reforma do jujitsu.

  • BIOGRAFIA

INFÂNCIA

Nascido em 28 de outubro de 1860, em Mikage, prefeitura de Hyogo no Japão, terceiro filho de Jirosaku Mareshiba Kano, alto funcionário da marinha imperial, seus pais queriam que seguisse a carreira de diplomata ou político, mas Jigoro Kano preferiu o magistério, embora de personalidade marcante, possuía físico franzino, medindo 1,50 metros de estatura e pesando 48 kg, o que dificultava o seu ingresso na maioria dos esportes.
Em 1871 com 11 anos de idade foi mandado para Tóquio para estudar o idioma inglês, então indispensável para o progresso em qualquer sentido e que, possibilitou mais tarde tornar-se professor e tradutor dessa língua e ainda montar sua própria escola em Tóquio, a Kodokan (escola de japonês).

ADOLESCENCIA
Aos 16 anos, decidiu fortificar o corpo, praticando a ginástica, o remo e o basebol. Mas estes desportos eram demasiados violentos para sua débil constituição. Além disso, nas brigas entre estudantes, Kano era sistematicamente vencido. Ferido na sua qualidade de filho de um Samurai decidiu estudar o JuJitsu. Quem lhe ensinou os primeiros passos foi o professor Teinosuke Yagi. Posteriormente, em 1877, matriculou-se na Tenjin Shin'yō-ryū, sendo discípulo do mestre Hachinosuke Fukuda. Em 1879, com a idade de 82 anos, Fukuda morreu e Kano herdou seus arquivos. Tornou-se em seguida aluno do mestre Masatomo Iso, um sexagenário que possuía os segredos de uma escola derivando igualmente do Tenjin Shin'yō-ryū.
Continuando o seu treinamento, Jigoro Kano torna-se vice-presidente da escola. Infelizmente, Masatomo Iso, morreu muito cedo e Kano novamente encontrou-se sem professor. Contudo Kano continuou a treinar intensamente, mas um bom professor lhe era indispensável. Foi então que procurou o mestre Tsunetoshi Iikubo que lhe ensinou a técnica da escola kitō-ryū. Como Kano até então só praticara sempre as lutas corpo a corpo, sempre usando roupas normais, a escola de kitō ensinou-lhe o combate com armadura. Pouco a pouco, Kano fez a síntese das diversas escolas criando um sistema próprio de disciplina, continuando, no entanto a treinar com o mestre Iikubo até 1885.

KODOKAN
Em fevereiro de 1882, Jigoro Kano inaugura sua primeira escola denominada Kodokan (Instituto do Caminho da Fraternidade). A Kodokan estava localizada no segundo andar de um templo budista Eishoji de Kita Inaritcho, bairro de Shimoya em Tóquio, onde havia doze jos (jo medida de superfície, módulo de tatame). O primeiro aluno inscreveu-se em 05 de junho de 1882, chamava-se Tomita. Depois vieram Higushi, Arima, Nakajima, Matsuoka, Amano Kai e o famoso Shiro Saigo (Sugata Sanshiro). As idades oscilavam entre 15 e 18 anos. Kano albergou-se e ocupou-se deles como se fosse um pai. Foi um período difícil, mas apaixonante, o jovem professor não tinha dinheiro e o shiai-jo media 20m², mas a escola progrediu e em breve tornou-se célebre.

Cquote1.svg Eu estudei jujutsu não somente porque o achei interessante, mas também, porque compreendi que seria o meio mais eficaz para a educação do físico e do espírito. Porém, era necessário aprimorar o velho jujutsu, para torná-lo acessível a todos, modificar seus objetivos que não eram voltados para a educação física ou para a moral, nem muito menos para a cultura intelectual. Por outro lado, como as escolas de jujutsu apesar de suas qualidades tinham muitos defeitos - concluí que era necessário reformular o jujutsu mesmo como arte de combate. Quando comecei a ensinar o jujutsu estava caindo em descrédito. Alguns mestres desta arte ganhavam a vida organizando espetáculos entre seus alunos, por meio de lutas, cobrando daqueles que quisessem assistir. Outros se prestavam a ser artistas da luta junto com profissionais de sumô. Tais práticas degradantes prostituíam uma arte marcial e isso me era repugnante. Eis a razão de ter evitado o termo jujutsu e adotado o do judô. E para distinguí-lo da academia Jikishin Ryu, que também empregava o termo judô, denominei a minha escola de Judô Kodokan, apesar de soar um pouco longo. Cquote2.svg — Jigoro Kano, em 1898, em uma de suas conferências.

TÉCNICAS

Jigoro Kano desenvolveu as técnicas de amortecimento de quedas (ukemis), bem como criou uma vestimenta especial para o treino do judô (o judogui), pois o uniforme utilizado pelos cultores de jujutsu, denominado hakamá provocava freqüentemente ferimentos. A nova arte do mestre tinha duas formas distintas, uma abrangia as técnicas de queda, imobilizações, chaves e estrangulamentos. Essa forma evoluiu para o esporte de combate e a outra parte consistia nas técnicas de golpear com as mãos e os pés, em combinações com agarramentos e chaves para imobilização, inclusive ataques em pontos vitais, atemi waza. Essa forma evoluiu para a defesa pessoal, goshin-jutsu.

JUDÔ E O SONHO OLIMPICO
Idealizado e desenvolvido por Jigoro Kano, o Judo se tornou um dos mais conhecidos esportes do mundo. O combate esportivo de Jigoro Kano trazia a essencia do esporte em sua criação.
Primeiro japonês a fazer parte do Comite Olimpico, Kano sempre lutou para que o Japão fosse sede dos Jogos. Fato que só aconteceu após sua morte, nas olimpiadas de Tóquio 1964, ano em que pela primeira vez a luta criada por Jigoro Kano esteve no programa Olimpico.
Atualmente o Judo é um dos esportes olimpicos, presente regularmente na programação do evento desde 1972.

MORTE
Jigoro Kano nos legou vários manuscritos, nos quais em geral assinava com pseudônimos, dentre estes, um muito usado por ele era "Ki Itsu Sai" que quer dizer, tudo é unidade. Kano também era poliglota, pois falava quatro línguas além do japonês: francês, alemão, inglês e espanhol. Lamentavelmente a 04 de maio de 1938, morre Jigoro Kano de problemas pulmonares, a bordo do transatlântico "Hikawa Maru", quando voltava do Cairo, onde havia presidido a assembléia geral do comitê internacional dos jogos olímpicos. Não houve para ele tempo de assistir a Universidade do Judô, mas tinha certeza da sua perpetuação. "Quando eu morrer, o Judô Kodokan não morrerá comigo, porque muitas coisas virão a ser desenvolvidas se os princípios de minha arte continuarem sendo estudados".
Jigoro Kano fundou a Kodokan com muito esforço e vontade, no começo ele não tinha dinheiro para manter a academia, mas depois vários alunos foram vindo fazer judô e assim ele conseguiu pagar a academia, e assim surgiu o judô, com o esforço e amor de Jigoro Kano!

  • CRONOLOGIA
  • 1860 – Nasceu em Mikage, província de Hyogo em 28 de outubro. Terceiro filho de Jirosaku Mareshiba Kano, ele recebeu o nome de infância Shinnosuke.
  • 1871 – Ingressou na Seitatsu Shojuku, uma escola privada de Tóquio, onde ele recebeu aulas de Keido Ubukata.
  • 1873 – Entrou na Ikuei Gijuku, uma escola privada em Karasumori, Shiba, Tóquio. Recebeu instruções especiais em Inglês e Alemão de professores nativos.
  • 1874 – Ingressou na escola de línguas estrangeiras de Tóquio.
  • 1875 – Ingressou na escola Kaisei.
  • 1877 – Ingressou na tenjin Shin'yō-ryū e estudou com Hachinosuke Fukuda.
  • 1878 – Fundou o primeiro clube de basebol do Japão (Kasei Baseball Club).
  • 1879 – Estudou o jujutsu na escola do mestre Masatomo Iso.
  • 1881 – Formou-se pela Universidade Imperial de Tóquio, em Literatura, Ciências Políticas e Política Econômica. Estudou o jujutsu na kitō-ryū com o mestre Tsunetoshi Likugo.
  • 1882 – Começou a dar palestras e mais tarde passou a professor em Gakushuin. Fundou a Kodokan. Terminou seus estudos de Ciências Estéticas e Morais.
  • 1883 – Fundou o Kobukan, uma escola para estudantes chineses e passou a ser Diretor.
  • 1884 – É adido ao Palácio Imperial.
  • 1885 – Obteve a 7ª Categoria Imperial.
  • 1886 – Passou a vice-diretor da Gakushuin. Obteve a 6ª Categoria Imperial
  • .. 1886... - O judô foi inventado.
  • 1889 – Deixou de ser vice-diretor em Gakushuin para aceitar na Casa Imperial um cargo. Fez uma viagem à Europa, onde visitou organizações educacionais.
  • 1891 – Casou-se com Sumako, filha mais velha do então embaixador coreano, Seizei Takezoe, da qual teve nove filhos, seis meninas e três meninos. Tornou-se diretor da quinta escola de segundo grau, na prefeitura de Kumamoto. Em abril é nomeado conselheiro do Ministro da Educação Nacional.
  • 1893 – Tornou-se diretor da primeira escola de segundo grau de Tóquio, subseqüentemente diretor da escola normal de Tóquio.
  • 1895 – Obteve a 5ª Categoria Imperial.
  • 1897 – Demitiu-se da escola normal de Tóquio, mas tarde, aceita seu cargo de volta. Criou a sociedade Zoshi-Kai e funda os institutos Zenyo Seiki, Zenichi, para a cultura dos jovens. Editou a revista “Kokusai”.
  • 1898 – Foi diretor da educação primária no Ministério da Educação Nacional.
  • 1899 – Tornou-se presidente da comissão do Butokukai (Centro de Estudos das Artes Marciais).
  • 1901 – Tornou-se diretor da escola normal de Tóquio pela terceira vez. Nesta época, o judô e o kendô alcançam uma grande popularidade.
  • 1902 a 1905 – Foi enviado por duas vezes a China pelo Ministro Nacional em missão cultural. Em outubro de 1905 obteve a 4ª Categoria Imperial.
  • 1907 – Fundou no Butokukai os três primeiros katas do judô.
  • 1909 – Tornou-se o primeiro japonês membro do comitê olímpico internacional. Modificou os estatutos do Kodokan, tornando-o uma entidade pública.
  • 1911 – Foi eleito presidente da Federação Desportiva do Japão.
  • 1912 – Foi enviado em missão cultural à Europa e América.
  • 1915 – Fundou a revista Kodokan. Recebeu do rei da Suécia por ter participado ativamente da organização dos 7º Jogos Olímpicos a medalha de honra ao mérito.
  • 1920 – Consagrou-se inteiramente ao judô. E julho, assistiu aos Jogos Olímpicos de Antuérpia, visitando depois a Europa.
  • 1921 – Demitiu-se da presidência da Federação Desportiva do Japão.
  • 1922 – Eleito membro da Casa dos Nobres.
  • 1924 – Foi nomeado professor honorário da Escola Normal Superior de Tóquio (Tóquio Higner School).
  • 1928 – Esteve presente nos Jogos Olímpicos em Amsterdã como membro do COI.
  • 1932 – Deslocou-se aos Estados Unidos para assistir aos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Tornou-se conselheiro do gabinete de Educação Física do Japão. Participou por duas vezes no Conselho dos Jogos Olímpicos que lançara o convite para os jogos japoneses (1932-1934).
  • 1936 – Assistiu aos XI Jogos Olímpicos de Berlim.
  • 1938 – Esteve na Reunião do COI no Cairo, onde propôs que Tóquio fosse escolhida como sede dos XII Jogos Olímpicos. Morreu em 04 de maio, no mar, na viagem de volta. Recebeu a título póstumo o 2º Grau Imperial.
Essas são algumas de suas muitas atividades, outras não foram aqui mencionadas, sabendo-se que a sua busca de realizações foram muito além do normal, notadamente para quem como Kano introduziu também o desporto e a educação física no plano educacional do Japão, fato esse já seria suficiente para perpetuar seu nome como educador e como esportista.
Por tudo que esse grande mestre nos legou, concluímos que ele sempre esteve muito avançado sobre o seu tempo. Hoje, nosso mestre é cultuado em sua pátria e também em todos os países do mundo.
Dos mais modestos aos mais requintados dojos, centenas de milhares de esportistas usufruem de sua obra: o judô.


Jigoro Kano
嘉納治五郎
 
Kano Jigoro.jpg
Nome de nascimento新之助 (Shinnosuke)
Data de nascimento28 de outubro de 1860
Local de nascimentoMikage - Hyogo -  Japão
Data de falecimento4 de maio de 1938 (77 anos)
Local de falecimentoTransatlantico Hikawa Maru
Nacionalidade Japão
ResidênciaTóquio
Altura1,50 m
Pesovolta de 45 a 50 kg
Outras informações
OcupaçãoProfessor
CônjugeSumako

Regras de arbitragem para o judô no ciclo 2013-2016

ÁRBITRO: As lutas serão arbitradas por um árbitro no tatame e outro árbitro ficará sentado à frente do sistema CARE. Os árbitros estarão interligados através de fones de ouvido e...

ÁRBITRO:
  • As lutas serão arbitradas por um árbitro no tatame e outro árbitro ficará sentado à frente do sistema CARE. Os árbitros estarão interligados através de fones de ouvido e assistidos por um membro da Comissão de Arbitragem ou outro árbitro.
  • Haverá um sistema de rodízio de árbitros.
  • O juiz da Comissão de Arbitragem só deverá intervir se o considerar necessário.
PONTUAÇÃO:
  • IPPON: apenas para as técnicas que obtêm um impacto real na queda com as costas no solo.
  • Quedas fazendo “ponte” devem ser consideradas ippon.
PENALIDADES:
  • Nas lutas, haverá três shidôs e um quarto hansokumake (três avisos e logo uma desclassificação).
  • Os Shidôs não darão qualquer pontuação ao adversário, somente pontos de técnicas obtém pontuação no placar.
  • Se a luta, ao final, estiver empatada, ganha o atleta que tiver recebido menos shidô.
  • Se o combate for para o ‘Golden Score’, perde o primeiro a ser penalizado com shidô/hansokumake ou ganha o primeiro que marque uma pontuação.
SERÃO PENALIZADOS COM SHIDÔ:
  • Estourar a pegada com as duas mãos;
  • A pegada cruzada ou na faixa deve ser precedido de uma técnica (ataque) imediatamente;
  • Pegada apenas de um lado também deve ter ataque imediato;
  • Não fazer o kumikata imediatamente ou evitar a realização da pegada pelo seu adversário através de bloqueio ou fuga ou qualquer forma que evite que seu adversário faça a “pegada” em seu kimono;
  • Abraçar o oponente para projetá-lo (abraço de urso).
SERÃO PENALIZADOS COM HANSOKUMAKE:
  • No Tachi-waza, todos os ataques ou bloqueios com uma ou duas mãos ou com um ou ambos os braços abaixo da faixa do adversário.
OSAEKOMI, KANSETSU-WAZA E SHIME-WAZA
  • Permanecem valendo mesmo quando sair da área de combate, desde que o Osaekomi tenha iniciado dentro.
OSAEKOMI
  • Yuko – 10 segundos
  • Waza-ari – 15 segundos
  • Ippon – 20 segundos
SHIME-WAZA E KANSETSU-WAZA
  • Iniciado na área de combate e demonstrada a sua eficácia sobre o seu adversário, podem continuar ainda que os competidores saíam da área de combate.
CADETES – SUB-18
  • Autorizado o kansetsu-waza.
SAUDAÇÃO
  • Ao entrar no tatame, os atletas se dirigirão às suas respectivas entradas e farão a saudação entre si dentro da área de luta.
  • Os competidores não devem se dar, apertar ou bater as mãos antes do início do combate.
DURAÇÃO DA LUTA
  • O ‘Golden Score’ será disputado sem limite de tempo. Não há a utilização do hantei (bandeirada).

Aviso !!




Treinamento Volta Hoje Dia 07/01/2013
As 17hrs 
Na Escola Dinamica .

História do Judô no Brasil

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História do Judô no Brasil


O professor Stanlei Virgílio em seu livro a Arte do Judô, Papirus 1986, faz referência ao mestre Massao Shinohara, onde o mesmo afirma em seu manual de judô, publicação de maio de 1982, que o judô foi implantado no Brasil por volta do ano de 1908 com o advento da imigração japonesa, cujo primeiro contingente chegou ao porto de Santos em 18 de junho de 1908, a bordo do navio Kasato Maru. Com referência ao judô, entretanto não há registros de nomes, datas ou locais.
Stanlei também faz referências muito vagas sobre um certo professor Miura que teria ensinado judô no Brasil por volta de 1903. Ainda segundo Stanlei, o mestre Kwanichi Takeshita afirma que foi no início dos anos vinte que chegou o judô ao Brasil, impressionando os esportistas pela facilidade com que se venciam os desafios feitos aos nossos lutadores.
Stanlei tenta explicar essa duplicidade de datas pela forma como foi introduzido o judô no Brasil, pois de um lado há uma corrente formada pelos pioneiros do Kasato Maru e subsequentes, que se dedicando a outros misteres, principalmente a agricultura, faziam do judô um derivativo, uma atividade social, uma forma de manter laços e apagar a saudade da pátria longínqua. Poderia se dizer que praticavam um judô localizado, restrito a pequenos grupos e sem fins lucrativos. O primeiro registro com referência a esse grupo iriam para Tatsuo Okoshi, que chegou ao Brasil em 1924, seguindo-se Katsutoshi Naito, Sobei Tani, Ryuzo Ogawa e outros mais.
Por outro lado, em uma outra corrente estavam os "lutadores", isto é, aqueles que lançando e aceitando desafios, lutando publicamente, além de buscarem a implantação do judô entre nós, faziam disso uma forma de subsistência ou complementação financeira. Entre este colocaríamos Mitsuyo Maeda (Conde Koma), Takagi Saigo, Geo Omori, Ono, visto por este prisma, o judô começou a ser implantado no início dos anos vinte.
Olhando uma forma e outra achamos que a primazia pode realmente estar com os japoneses do Kasato Maru, entretanto a forma mais válida e que melhores resultados trouxeram na época foi à atuação dos lutadores, que atingiam com seus espetáculos um número bem maior e de forma mais positiva os possíveis interessados. Com o passar do tempo essa situação inverteu-se, já não mais havendo os espetáculos como eram proporcionados naqueles tempos. Assim se uns chegaram primeiro, os outros atuaram de forma mais objetiva e eficiente para a implantação do judô naquela época.
Foi no início dos anos vinte que chegou ao Brasil Mitsuyo Maeda, ou Eisei Maeda como querem alguns, tendo ele a seu crédito o primeiro registro nos anais da história do judô brasileiro, aceitando desafios e ganhando todos, promovendo assim esse esporte. Radicou-se finalmente em Belém do Pará, onde montou sua escola com algum sucesso. De seus vários alunos, restou a família Gracie que deu continuidade ao seu trabalho, progredindo e fundando novas escolas em algumas capitais e se projetando no cenário esportivo brasileiro.
Hélio Gracie, em luta contra dois campeões japoneses, Kato e Kimura, ganhou do primeiro e perdeu para o segundo, o que na época foi um grande feito e o seria ainda nos dias de hoje. Desenrolaram-se as duas lutas no solo (katame-waza), pois nosso lutador certo de sua inferioridade em peso e na luta em pé (nage-waza), inteligentemente forçou a luta no solo onde tinha melhores chances, e o resultado provou o acerto de raciocínio.
Assim, as escolas Gracie prosperaram e espalharam-se por várias capitais, mas sempre se dedicando mais ao ju-jutsu, motivo pelo qual prosperaram, pois nós brasileiros, ainda não estávamos preparados para um esporte como o judô, até então desconhecido e que se confundia com seu predecessor o ju-jutsu, que monopolizava as atenções e interesses que haviam.
Pode-se dizer que por um bom tempo este nosso esporte amparou-se no ju-jutsu, estranha arte de defesa pessoal, muito eficiente e misteriosa para época, que os japoneses trouxeram, não se sabe se misturada com o judô ou se o judô misturado com ela. O fato é ainda hoje o interesse subsiste, mesmo com a evolução do judô que suplantou de forma inequívoca esse seu rival.
Em 1924 ou 1925 chega Takagi Saigo, instalando-se em São Paulo e como não obteve bons resultados, prontamente voltou ao Japão. Nessa mesma época chegou também Tatsuo Okoshi 8º dan, que teve participação bem maior no desenvolvimento do judô brasileiro. Foi o fundador e primeiro presidente no Brasil da Associação dos Faixas Pretas do Kodokan e também fundador e primeiro diretor técnico da Federação Paulista de Judô.
Em 1928 foi à vez de Geo Omori, lutador extraordinário, que lançando e aceitando desafios, muitos deles no antigo Circo Queirolo, em São Paulo, a exemplo de Mitsuyo Maeda, ganhava sempre e assim chamando a atenção e contribuindo à sua maneira para manter viva a tênue chama que mais tarde viria transformar-se num dos maiores esportes brasileiro. Seria também em 1928 a chegada de Katsutoshi Naito, 7º dan, que se radicou em Suzano, São Paulo. Sua participação na organização e consolidação do nosso judô foi marcante. Ocupou pela primeira vez a função de diretor do departamento de judô da Federação Paulista de Pugilismo, então mentora oficial do nosso esporte, antes da fundação da Federação Paulista de Judô.
Outro a chegar em 1928 foi Yasuichi Ono, então 3º dan, que também aceitando desafios e trabalhando com extrema dedicação pelo judô, fez jus a que seu nome fosse inscrito com todo mérito e justiça nas páginas da história do nosso esporte. Em 1932 abre a sua primeira academia, mãe de muitas outras que prosperaram e dão continuidade ao trabalho do grande mestre, hoje 9º dan. Somente nas décadas de 30 e 40, com a corrente migratória japonesa que se instalava em São Paulo, muitos outros mestres surgiram iniciando a prática do judô nas colônias interioranas e, no Rio de Janeiro, em Itajaí e na Baixada Fluminense, alguns professores se dedicaram à divulgação e à prática do judô.
Grandes mestres se destacaram, mas, persistiam alguns mantendo a antiga denominação de ju-jutsu, originando discussões, dissociando uma denominação da outra, obrigando aqueles que se empenhavam na divulgação do judô a um exaustivo trabalho de doutrinação chegando, muitas vezes, ao extremo de aceitar desafios, para confronto entre seus participantes. Ainda na década de 30, mais precisamente em 1931 chega Sobei Tani, 6º dan, estabelecendo-se com sua academia em Jaraguá, São Paulo, de onde saíram grandes campeões como os irmãos Shiozawa, Koki Tani e outros. Outros mais foram chegando e localizando-se no interior, levando para diversas regiões onde a imigração japonesa era mais intensa, o esporte que só mais tarde iria frutificar e tornar-se popular.
Chegava ainda ao Brasil em 1934 o mestre Ryuzo Ogawa, 8º dan, fundando a academia Ogawa (Budokan), com o único objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, através do esporte de quimono, obedecendo aos princípios morais e filosóficos pregados pelo mestre Jigoro Kano. Não se poderá deixar de reconhecer que o grande passo para o crescimento do judô no Brasil foi iniciado com o mestre Ogawa, em 1938, quando o mesmo juntamente com um grupo de idealistas oriundos do longínquo Japão, começaram um trabalho de amplos ideais, que visava projetar este nosso esporte na preferência dos brasileiros, separando-o definitivamente do ju-jutsu. Esse trabalho foi à conquista final para a confirmação do judô no Brasil, sobrepondo-se ao ju-jutsu e expandindo-se rapidamente para o interior, onde em algumas regiões, embora muito discretamente já era praticado. Com a mesma intensidade e rapidez investiu também para outros estados, alastrando-se praticamente por todo Brasil.
Na década de 1940 consolida-se o prestígio do judô em todo o Brasil, esclarecidas as dúvidas quanto às suas origens do antigo ju-jutsu, propagando-se a sua prática no Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, dentre outros estados, fundando-se novas academias e crescendo o número de seus praticantes.
Assim a mercê do esforço e dedicação de japoneses e brasileiros, o judô progride a passos largos. Em São Paulo, no ano de 1951 foi realizado o seu primeiro campeonato oficial. Em 1954 o Rio de Janeiro também realiza o seu. Ainda em 1954, realiza-se o primeiro Campeonato Brasileiro, tendo como sua maior expressão o judoca Massayoshi Kawakami, campeão nas categorias 3º dan e absoluto. Em 1956, o Brasil participa pela primeira vez de uma competição no exterior, mais precisamente do II Campeonato Pan-Americano, realizado em Cuba, ficando em honroso segundo lugar. Formavam a equipe os judocas Massayoshi Kawakami, Sunji Hinata, Augusto Cordeiro, Luiz Alberto Mendonça, Hikari Kurachi e Milton Rossi.
Continuando com mais força nos anos 50 o já vigoroso crescimento da década de 40, necessário se faz à criação de um órgão mentor para dirigir, coordenar as atividades judoísticas em franco desenvolvimento. Para essa coordenação funda São Paulo a sua federação em 17 de abril de 1958, e o Rio de Janeiro em 09 de agosto de 1962. Dirigia na época o judô no Brasil a Confederação Brasileira de Pugilismo. Dia a dia acentuava-se a necessidade de um órgão nascido nos próprios meios judoísticos, dedicando-se exclusivamente ao judô, que o representasse a nível nacional e internacional. Assim em 18 de março de 1969 foi fundada a Confederação Brasileira de Judô, tendo como seu primeiro presidente Paschoal Segreto Sobrinho.
Em 22 de fevereiro de 1972, foi a Confederação Brasileira de Judô reconhecida oficialmente, sendo então o seu presidente até o início de 1979, Augusto de Oliveira Cordeiro.
A bibliografia quanto à evolução do judô no Brasil é carente e existe muita controvérsia sobre o seu surgimento. Há mais recente delas foi publicada na revista Ippon, ano 2, nº 12, setembro/97, São Paulo. Onde ficou comprovado após longa pesquisa, realizada pelo amazonense Rildo Heros, que o ju-jutsu e o judô desembarcaram juntos no Brasil, em 1914, em Porto Alegre-RS, pelo japonês Mitsuyo Maeda, aluno desde infância do mestre Jigoro Kano. No começo de 1977, após extenso trabalho de entrevistas e pesquisas embasadas em jornais da época, além de testemunhos de imigrantes antigos, detectou-se que a primeira residência do judô no Brasil foi Manaus, no Amazonas, depois de entrar no país por Porto Alegre. Esta versão da história escrita por Carlos Bortole foi publicada com a certeza de sua exatidão. A chancela do instituto Kodokan parece dar garantia total à nova versão.

História do Judô

7 Baixaki Evolution ™
História do Judô 
   O judô é uma arte marcial esportiva. Foi criado no Japão, em 1882, pelo professor de Educação Física Jigoro Kano. Ao criar esta arte marcial, Kano tinha como objetivo criar uma técnica de defesa pessoal, além de desenvolver o físico, espírito e mente. Esta arte marcial chegou ao Brasil no ano de 1922, em pleno período da imigração japonesa.
   O judô teve uma grande aceitação no Japão, espalhando, posteriormente, para o mundo todo, pois possui a vantagem de unir técnicas do jiu-jitsu (arte marcial japonesa) com outras artes marciais orientais. 

Luta e regras
   As lutas de judô são praticadas num tatame de formato quadrado (de 14 a 16 metros de lado). Cada luta dura até 5 minutos. Vence quem conquistar o ippon primeiro. Se ao final da luta nenhum judoca conseguir o ippon, vence aquele que tiver mais vantagens.
   Ippon: o objetivo do judô é conquistar o ippon (ponto completo). O ippon é conquistado quando um judoca consegue derrubar o adversário, imobilizando-o, com as costas ou ombros no chão durante 30 segundos. Quando o ippon é concretizado o combate se encerra. 
   Wazari: Outra forma de conquistar o ippon é através da obtenção de dois wazari, que valem meio ponto (vantagem). O wazari é um ippon que foi aplicado de forma incompleta, ou seja, o adversário cai sem ficar com os dois ombros no tatame.
   Yuko: Quando o adversário vai ao solo de lado. Cada Yuko vale um terço de ponto.

Proibições
   No judô não são permitidos golpes no rosto ou que possam provocar lesões no pescoço ou vértebras. São proibidos também os golpes no rosto do adversário. Quando estes golpes são praticados, o lutador é penalizado e, em caso de reincidência, pode ser desclassificado.

Graduações (faixas)

   No Brasil, as graduações do judô são feitas através das cores das faixas, que são amarradas no quimono (espécie de roupão usado pelos judocas). São elas (de menor nível para o maior): branca, cinza, azul, amarela, laranja, verde, roxa, marrom, preta - 1º Dan, preta - 2º Dan, Preta - 3º Dan, preta - 4º Dan, preta - 5º Dan, Vermelha e Branca - 6º Dan, vermelha e Branca - 7º Dan, vermelha e Branca - 8º Dan, vermelha - 9º Dan, Vermelha 10º Dan.

Federações e Confederações:

   - As competições internacionais de judô são organizadas pela IJF (Federação Internacional de Judô).
   - No Brasil, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) organiza os campeonatos nacionais.

Curiosidades:
   - O judô feminino é esporte olímpico desde os Jogos Olímpicos de Barcelona (1992).
   - Nas Olimpíadas de Londres 2012 o Brasil teve uma ótima participação no judô. A judoca Sarah Menezes conquistou medalha de ouro. O país também ganhou três medalhas de bronze com Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva.
   - O judoca japonês Yasuhiro Yamashita ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas de Los Angeles (1984). O curioso é que o judoca japonês conseguiu vencer na final mesmo mancando, pois estava com um músculo da panturrilha direita rompido. 

Frases do Mestre Jigoro kano

    Frases do Mestre Jigoro kano




- “O adversário é um parceiro necessário ao progresso, a vida da humanidade baseia-se neste princípio”.

- “Não se envergonhe por causa de um erro, você estaria cometendo uma falta”.

- “É somente através da ajuda mútua e das concessões recíprocas que um organismo agrupando indivíduos em número grande ou pequeno pode encontrar sua harmonia plena e realizar verdadeiros progressos”.

- “Vencer o hábito de usar a força contra a força é uma das coisas mais difíceis do treinamento do judô. Caso não se consiga isto não se pode esperar progresso”.

- “A simplicidade é a chave de toda arte superior, da vida e do judô”.
- “Sutileza na técnica e finura na estética são úteis para a eficácia da arte, mas escapam a qualquer descrição”.

- “A derrota na competição e no treinamento não deve ser uma fonte de desânimo ou de desespero. É sinal da necessidade de uma prática maior e de esforços redobrados”.

- “Se é por vezes permitido ter excesso de zelo, isto sempre acaba por tornar-se uma fonte de perigo”.

- “Os katas são a estética do judô. É no kata que está o espírito do judô, sem o qual é impossível perceber o objetivo”.

- “Será que existe um princípio que realmente se aplique a todos os casos? Sim, existe um, é o princípio da eficácia máxima na utilização do espírito e do corpo. Dei a este princípio, de uma generalidade absoluta, o nome de Judô”.

- “O judô ultrapassou o estágio primitivo da utilidade para atingir o de uma ciência e de uma arte”.

- “A estabilidade mental (ou uma calma inabalável) é um fator importante numa luta de judô. Seria ainda mais importante caso se tratasse de uma luta de vida ou morte”.

- “A questão principal é elevar-se acima do problema da vida e da morte da sensação de temor e de apreensão”.

- “O judô deve existir para o benefício do homem e não o homem para o judô (competição)”.

- “Em qualquer espécie de treinamento o ponto mais importante é libertar-se dos maus hábitos”.

- “A idéia de considerar os outros como inimigos só pode ser loucura e fonte de regressão”.

- “O judô deve ser mantido acima de toda a escravidão artificial. As novas invenções devem tornar-se conhecimentos comuns”.

- “O judô é uma arte e uma ciência. Ele deve ser mantido acima de toda a escravidão artificial e deve ser livre de qualquer influência financeira, comercial e pessoal”.

- “O valor de uma coisa depende da maneira como a abordamos mentalmente e não da coisa em si”.

- “O alto valor da habilidade e da qualidade da arte só pode ser obtido elevando-se acima da dualidade da competição”.

- “O judô não deve ser revestido por um rótulo nacional, racial, político, pessoal ou sectário”.

- “Quando se percebe a potência do judô, compreende-se que não pode usá-lo levianamente, pois ele pode ser tão perigoso quanto uma espada desembainhada”.

- “O melhor uso que se pode fazer de uma espada é não utilizá-la, o pior é servir-se dela”.

- “Ambição e rivalidade, cuidadosamente dosadas, são estimulantes do progresso. Porém em quantidade excessiva, transformam-se em venenos destrutivos”.

- “À medida que se progride no estudo do judô, o sentido de confiança em si mesmo, base do equilíbrio mental, se desenvolve”.

- “A habilidade é função de um ato inconsciente automático. O controle consciente de todos os fatores é impossível, pois uma entrada só é possível num espaço de tempo igual ao de um raio”.

- “As fonte estimulantes da ação são o instinto criador e o espírito de aventura”.

- “A situação do mundo e dos assuntos humanos, atualmente, se assemelham muito à dos principiantes sobre a esteira de judô”.

- “A saída de vida depende do jogo harmonioso de nossos instintos”.

- “Nossos braços são movidos pelo deslocamento do corpo do adversário. Como se dele fizessem parte”.

- “Tender a perfeição é o princípio do treinamento de judô”.

- “A despeito das aparências ‘eu’ e ‘mim’ são os fatores mais negligenciados no pensamento humano”.

- “Cada ação do corpo é tão importante quanto um elo numa corrente”.

- “Sem uma clara compreensão do sentido do movimento não se podem esperar progressos reais”.

- “O conhecimento do corpo para ser eficaz não é necessariamente o alto conhecimento científico do engenheiro, mas sim aquele, prático do operário”.

- “Devemos nos lembrar que a essência do esporte não está na marca ou no escore, mas nos esforços e na habilidade despendidos para atingi-los”.

- “A maneira de treinar depende de uma ação consciente, mas o objetivo do treinamento é conseguir o domínio da técnica, o que é inconsciente”.

- “A dualidade e a condição da vida. Sem oposto nem contrastes, a vida não é vida”.

- “O judô pode ser considerado como uma arte, ou uma filosofia do equilíbrio, bem como um meio para cultivar o sentido e o estado de equilíbrio”.
- " Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância sabedoria e sobre tudo muita humildade.


 

International Judo Federation

Confederção Brasileira De Judô

Rio 2016